Em coletiva realizada nesta segunda-feira (01), em São Paulo, os curadores da divulgaram a lista de artistas e trabalhos que participarão da edição deste ano, intitulada "Há sempre um copo de mar para um homem navegar".
Correndo risco de não acontecer, nos últimos doze meses o evento conseguiu se reestruturar com uma mescla de dinheiro público, proveniente de incentivos via Lei Rouanet, prefeitura e estado de São Paulo, e doações privadas, fechando um orçamento final de aproximados R$ 30 milhões, nas palavras de Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal.
De acordo com Moacir dos Anjos, um dos curadores chefes do evento, esta Bienal tem dois pontos importantes: a relação entre arte e política e a ampliação do entendimento do que é contemporâneo.
"Esta edição se contrapõe a visão tradicional da relação entre arte e política. Nosso interesse está na potencialidade da arte em fazer política, propondo uma genealogia possível acerca desta relação e dando ênfase aos artistas brasileiros e da América Latina", explicou.
Correndo risco de não acontecer, nos últimos doze meses o evento conseguiu se reestruturar com uma mescla de dinheiro público, proveniente de incentivos via Lei Rouanet, prefeitura e estado de São Paulo, e doações privadas, fechando um orçamento final de aproximados R$ 30 milhões, nas palavras de Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal.
De acordo com Moacir dos Anjos, um dos curadores chefes do evento, esta Bienal tem dois pontos importantes: a relação entre arte e política e a ampliação do entendimento do que é contemporâneo.
"Esta edição se contrapõe a visão tradicional da relação entre arte e política. Nosso interesse está na potencialidade da arte em fazer política, propondo uma genealogia possível acerca desta relação e dando ênfase aos artistas brasileiros e da América Latina", explicou.
O outro objetivo dos curadores é discutir o que é a arte contemporânea, e para isso incluíram na mostra artistas expostos décadas atrás, como Flávio de Carvalho. "Contemporâneo não é o recente, mas aquilo que nos faz entender melhor o mundo independente de quando foi feito", disse Moacir.
A Bienal dos terreiros
O outro curador chefe do evento, Agnaldo Farias, salientou a preocupação em não fazer uma exposição convencional, "meramente contemplativa", mas criar espaços que privilegiem o encontro, recuperando a tradição do debate e da celebração política da Bienal de São Paulo.
Para tanto foram desenvolvidos seis espaços denominados terreiros, originalmente pensados para permitir um respiro ao público, mas que acabaram ganhando vida própria e tornando-se um tipo de experimentação da forma de conceber uma exposição de arte.
Citando "Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros, que nós queremos sambar", trecho da composição "Brasil pandeiro", de Assis Valente, Farias explicou os terreiros como espaços para música, dança, teatro, recitais e debates, pontuando questões relacionadas ao mundo de hoje.
"Cada terreiro tem suas peculiaridades, como o 'Dito, não dito, interdito', que será dedicado a palavra, onde o público pode falar o quiser em qualquer momento, ou o 'Longe daqui aqui mesmo', um espaço das ideias e utopias, um misto de biblioteca de consulta e labirinto de sonhos", relatou.
Apesar de cada terreiro contar com uma programação diária, a grande expectativa é para um tipo de programação espontânea, que deve ser fomentada por cada um desses espaços.
Entrando pela porta da frente
Ao observar com atenção a lista de 148 artistas divulgada pela organização da Bienal, o número 118 salta aos olhos pelo inusitado. Definido como "Pixação SP", é composto pelos pichadores que invadiram a edição passada, conhecida como "Bienal do vazio".
"Jamais convidaríamos o pessoal da pichação para pichar aqui dentro", explicou Faria. "Isso feriria o princípio do trabalho deles, que não é domesticado, e o nosso. Eles não têm preocupação de se apresentar como artistas e nós jamais pediríamos isso a eles. Nos interessamos em trazê-los para dentro como documentação do que é feito nas ruas, fora das galerias. Se isso é arte ou não é uma discussão secundária."
O curador salientou que convidá-los era uma medida necessária para uma Bienal que quer falar de arte e política, celebrando o encontro das diferenças. "Esperamos que o espectador seja surpreendido pelas inserções documentais da mesma forma que ocorre nas ruas", completou.
De acordo com a curadoria, os "trabalhos" dos pichadores estarão expostos de duas formas: em debates, que devem ocorrer nos terreiros, e em documentação visual, como cópias de desenhos, slides e fotografias.
O curador salientou que convidá-los era uma medida necessária para uma Bienal que quer falar de arte e política, celebrando o encontro das diferenças. "Esperamos que o espectador seja surpreendido pelas inserções documentais da mesma forma que ocorre nas ruas", completou.
De acordo com a curadoria, os "trabalhos" dos pichadores estarão expostos de duas formas: em debates, que devem ocorrer nos terreiros, e em documentação visual, como cópias de desenhos, slides e fotografias.
Publicação: Guss de Lucca, iG São Paulo 01/06/2010 14:51
Fonte/Leia mais sobre a 29ª Bienal de Artes 2010
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