Meu avô materno
Antonio Francisco Amadeu
Meu avô teve uma infância muito sofrida, perdeu seus pais ainda criança e foi educado por um de seus tios quando passou a morar com ele, aos nove anos de idade. Vovô nasceu em Conceição de Muqui, de descendência italiana, cabelos e pele vermelhos, sofria violência familiar e logo quis sair de casa. Alistou-se por vontade própria e embarcou rumo à Itália, onde lutou na 2ª Guerra Mundial. Dois anos e cinco meses contado e recontado até hoje por todos da nossa família. A guerra fez um homem neurótico e endurecido. Voltou da guerra o Pracinha Amadeu e numa noite de festa cachoeirense chegou à cavalo conhecendo e se apaixonando por minha avó, com quem se casou e formou família. Foi morar no Rio de Janeiro e depois em Muqui, onde faleceu aos 54 anos. Trabalhou nos Correios e logo em seguida como Soldado Reformado acabou por somente cuidar dos filhos enquanto minha avó trabalhava fora. Atormentado por situações violentas que protagonizou em seu passado desde a infância buscou a religião como um alívio, e como resultado se tornou um fanático religioso. Não o conheci, ele me conheceu! Quando morreu eu tinha aproximadamente dois anos. Teve uma morte inesperada e súbita. Não se tratava e aos 54 anos enfartou. Saúde muito forte, um rapaz muito saudável, nada que uma sangria (na época era esse o termo usado e a técnica usada para diminuir ou desacelerar o fluxo sanguíneo) não resolvesse. Está enterrado em Muqui, onde morava quando morreu. Sua passagem marcou profundamente a vida da sua esposa e de cada filho, filha, neto e neta.
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