MUSEU DO LOUVRE Protegida por vidro e alarme, a “Monalisa” atrai milhares de pessoas por dia
ISTOÉ Cultura - Editora Três.
N° Edição: 2093 18.Dez - 21:00 Atualizado em 18.Dez.09 - 22:19
O rapto de Monalisa
Obra detalha o maior roubo da história da arte - Pablo Picasso foi o grande suspeito do crimePor Ivan Claudio, editor de cultura.
Difícil imaginar uma cena como essa: o pintor espanhol Pablo Picasso com uma camisa de bolinha vermelha e gravata extravagante, levado preso pela polícia ao Tribunal de Justiça, o mesmo que recebeu Maria Antonieta antes de ela ir para a guilhotina. O crime de Picasso: ter roubado a “Monalisa”, de Leonardo da Vinci, a mais famosa obra do Museu do Louvre, em Paris. Esse episódio é real. E está narrado no livro “Roubaram a Mona Lisa” (L&PM), da escritora americana R. A. Scotti.
O “rapto” da Gioconda (é assim que os italianos a chamam) aconteceu em 21 de agosto de 1911, uma segunda-feira, dia em que o Louvre fica fechado. Provocou comoção mundial, fez a França fechar as fronteiras, ajudou a vender muitos jornais e, na caça ao ladrão, Picasso acabou sendo interrogado como o maior suspeito – a polícia chegou ao pintor quando soube que ele fora o receptador de três pequenas estatuetas de arte ibérica furtadas do acervo do museu parisiense e usadas como modelo para a tela “Les Demoiselles D’Avignon”, grande marco da arte moderna.
O “rapto” da Gioconda (é assim que os italianos a chamam) aconteceu em 21 de agosto de 1911, uma segunda-feira, dia em que o Louvre fica fechado. Provocou comoção mundial, fez a França fechar as fronteiras, ajudou a vender muitos jornais e, na caça ao ladrão, Picasso acabou sendo interrogado como o maior suspeito – a polícia chegou ao pintor quando soube que ele fora o receptador de três pequenas estatuetas de arte ibérica furtadas do acervo do museu parisiense e usadas como modelo para a tela “Les Demoiselles D’Avignon”, grande marco da arte moderna.
Para infelicidade da Justiça francesa – e do ministro das Belas Artes, do diretor do Louvre e dos delegados às voltas com o maior escândalo nacional –, Picasso não era o culpado. E a “Monalisa”, avaliada na época em US$ 5 milhões (mais de US$ 113 milhões hoje), continuava desaparecida. Ao reabrir as portas, depois de oito dias, o museu teve visitação recorde, mas as pessoas não queriam ver obra nenhuma. Elas se comprimiam e se acotovelavam apenas para contemplar o espaço vazio e empoeirado onde a tela um dia repousara. Todo mundo estava ansioso para certificar-se do roubo – e também para tecer sua hipótese sobre como o engenhoso ladrão teria surrupiado a obra-prima do Renascimento sem que os seguranças notassem nenhum movimento suspeito. Considerado por Arthur Conan Doyle (criador do detetive Sherlock Holmes) o maior especialista na solução de crimes, o chefe do Departamento de Identidade Judicial de Paris, Alphonse Bertillon, chegou com lupa e pó para colher impressões digitais. Encontrou uma marca na caixa de vidro que protegia a obra. Ao comparar com as digitais de mais de 200 funcionários do Louvre, de faxineiros a curadores, não obteve sucesso. Quinze meses depois, em novembro de 1912, o caso foi dado como encerrado e a tela retirada do catálogo do Louvre.
Passado um ano, quando ninguém mais falava no roubo e se preocupava com a crescente ameaça de uma guerra entre as nações europeias, uma carta chega a um marchand de Florença. Um homem identificado como Leonardo dizia ser o possuidor da obra. O tal “Leonardo” era o italiano Vincenzo Peruggia, homenzinho de bigode felpudo que trabalhara como vidraceiro no Louvre – tendo inclusive feito a proteção de vidro para a tela. Ele foi o único que não havia sido interrogado pelo detetive Bertillon. “Fiz tudo em poucos segundos”, disse ele, nessa história fascinante, que se não fosse real se assemelharia a um filme.
Passado um ano, quando ninguém mais falava no roubo e se preocupava com a crescente ameaça de uma guerra entre as nações europeias, uma carta chega a um marchand de Florença. Um homem identificado como Leonardo dizia ser o possuidor da obra. O tal “Leonardo” era o italiano Vincenzo Peruggia, homenzinho de bigode felpudo que trabalhara como vidraceiro no Louvre – tendo inclusive feito a proteção de vidro para a tela. Ele foi o único que não havia sido interrogado pelo detetive Bertillon. “Fiz tudo em poucos segundos”, disse ele, nessa história fascinante, que se não fosse real se assemelharia a um filme.
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