Propostas Metodológicas da Arte a partir das tendências pedagógicas abordadas.
- O que ainda está presente no cotidiano escolar brasileiro?
- O que ainda está presente no cotidiano escolar brasileiro?
Por Shayra Amadeu, graduanda em Artes Visuais pela Ufes. (2º Semestre/2009)
Foram de grande importância para mim, a leitura e a reflexão acerca das Tendências pedagógicas no ensino da arte no Brasil.
Ao avançar na leitura desse tema fui me remetendo ao tempo em que me encontrava nos bancos escolares em formação e também aos anos que passei em sala de aula em minha prática docente.
Se me remeto ao tempo de estudante confesso ter recebido noções de “educação artística” num modelo de pedagogia tradicional. Experimentei desenhos pedagógicos, num modelo de educação bancária citado por Paulo Freire, sem a preocupação de contextualizar conhecimentos. Era desenhar por desenhar, pintar para passar o tempo, o Laissez-faire; arte como lazer.
Avançando no tempo, chego ao período no qual iniciei minha prática docente. As aulas de educação artística agora eram as aulas de arte. A carga horária um pouco maior, mais tempo dedicado a arte, sua compreensão, estudo e prática. Percebi algumas mudanças, pois os profissionais dessa área necessitavam ter formação mínima para ministrá-las (mudanças para adequação a Lei 5692/71). Os professores responsáveis pela disciplina eram os colegas formados em outras áreas que faziam curso de capacitação em artes, continuando a prática da polivalência.
Nesse período a prática do desenho pedagógico perdia espaço pouco a pouco para atividades consumatórias, onde a arte era colocada ao final de uma experiência como mera ilustradora, complementando o entendimento de conceitos trabalhados em outras disciplinas, era desenhar passeios realizados, era ensinar composição de paródias ou até mesmo ensaios de danças artísticas e folclóricas, e também para o que denomino no momento como o início da prática da Metodologia triangular, onde o ensino da arte esteve um pouco mais voltado, ligado na análise da obra ou imagem de arte (apreciação estética), na história da arte (informação histórica) e no trabalho prático (fazer artístico). Foi o surgimento de trabalhos de releitura, apropriação de obras de pintores brasileiros, um passeio pela história da arte e do mundo e nesse período deu-se ênfase a livre-expressão num ensaio de atividades que tinham como objetivo o desenvolvimento da consciência crítica e criatividade dos alunos.
Tendo como base minha experiência como aluna e professora onde pude participar desse processo lento e às vezes equivocado do ensino da arte no Brasil posso afirmar que as práticas vêm evoluindo. Ainda hoje o ambiente escolar é um misto de tendências pedagógicas. Afirmo isso por existirem os desenhos pedagógicos, o ensino do desenho como lazer, a arte como mera reprodução de modelos, ensina-se arte sem conhecê-la. Isso ocorre num contexto onde as aulas de arte atualmente estão sendo ministradas de forma mais técnica numa representação inicial de uma Metodologia triangular e também dentro dos moldes da proposta denominada Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos, segundo Libâneo, 1985, onde o ensino da arte deve partir da relação direta com a experiência do aluno, estando o professor na condição de mediador entre a experiência e os novos conceitos trazidos de fora, visando o exercício da cidadania consciente, crítica e ativa.
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